quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Jornal Correio Braziliense - Caderno "Eu, concurseiro"

Pessoal,
Em entrevista ao Jornal Correio Braziliense, relatei um pouco da minha trajetória nos concursos públicos. A matéria foi publicada no caderno "Eu, concurseiro", edição do dia 15 de fevereiro de 2010.
Esse jornal circula em Brasília.
Segue cópia da versão disponibilizada na web e transcrição da entrevista.
Abraços,
Marcelo Hirosse
 

Na festa de réveillon de 2006, o desejo de Marcelo Hirosse, 25 anos, era a aprovação no concurso do Banco Central (Bacen). Tanto que passou o dia 31 em um cursinho. “Cada minuto era essencial para mim”, lembra. Em 2008, ele foi aprovado na seleção do Superior Tribunal de Justiça (STJ). E não teve que pular sete ondas ou comer sementes de romã. “Um dos meus segredos foi o foco. É preciso ter apenas um concurso em mente. O esquema é acordar, estudar, dormir e respirar pensando no concurso dos seus sonhos.”

Na época da preparação para o Bacen, o estudante tinha que conciliar o trabalho de monitor com o curso de engenharia de redes de comunicação, que fazia na Universidade de Brasília (UnB). Mas ele assume que o mais difícil era deixar de ir aos happy hours com os amigos. O único dia em que ele se permitia descansar era aos sábados. “Fazia um programa mais leve, como ir ao cinema”, conta.

Marcelo estava tão empenhado em conseguir a aprovação que até cronometrava o tempo de estudos. “Queria saber quantas horas líquidas eu efetivamente passava frente aos livros. Quando eu ia ao banheiro, eu parava o cronômetro”, conta. Mas isso não durou muito. Depois de dois meses e meio da pesada rotina, veio a recompensa. “Fiquei na 26º colocação, para técnico do Bacen. Eram 35 vagas”, relembra.

Mas o concurseiro decidiu não parar. Depois que se formou na UnB, o desejo por tentar algum concurso de nível superior foi aumentando. Ele resolveu estudar novamente as matérias básicas, como português, direito constitucional e administrativo, até decidir qual seria o próximo exame. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) transformou-se na nova meta. “Os generosos auxílios, os recessos, a carga horária reduzida e as muitas funções comissionadas, me ajudaram a tomar a decisão”, conta.

Como já havia se preparado para um grande concurso, Marcelo resolveu apenas aprimorar as técnicas que havia utilizado. “Para o Bacen, não faltei nenhuma aula do cursinho. Já para o STJ, fui mais seletivo e estratégico”, explica. Mas uma coisa não mudou: o foco e a determinação do candidato. “Não consegui seguir aquela teoria de relaxar antes da prova”, brinca.

E como se trata de dois grandes concursos, almejados por vários estudantes, as comparações se tornam inevitáveis. “Provas da FCC são normalmente mais fáceis. Foi preciso acertar 55 questões das 60 para garantir minha vaga no Bacen. Quando fui realizar a prova, foquei em saber basicamente o texto seco da lei, pois é assim que a FCC cobra. Já para a prova do Cespe, tentei identificar as possíveis aplicações do conteúdo cobrado”, lembra.

Com o objetivo alcançado e realizado profissionalmente e financeiramente, Marcelo finalmente consegue descansar. “A única coisa em que preciso focar, agora, é em me divertir com os meus amigos”, brinca.